Há, em meu percurso, um amor ao segredo... Ao particular... Às conquistas, duvidas e loucuras... Muitas vezes insensatas e incoerentes...Muitas vezes cruéis, dentro de um sensível amargo. Por este amor e outras particularidades, tenho esta dificuldade, de postar aqui, meu intimo reflexo.
Mais uma vez vou tentar.
Desta vez, não pretendo apagar as falhas de percurso.
Estou tentando fazer deste lugar, algo particular...
Um pedacinho muito meu.
Sendo assim, quero poder deixar passar o descaso natural, que tenho com a ortografia, aqui também.

terça-feira, 30 de julho de 2013

A LINHA DO RISCO

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Quanto mais eu me arrisco
Mais arisco eu fico.

Fico por um fio...

Risco contínuo de perder a linha
até me equilibrar.

Se: Kilo ou Libra
Prefiro não determinar o peso.

O que pesa na escolha
é o prumo do corpo

A medida do passo à ousadia do rastro
Ter braços abertos e o foco fixo.

Um ponto fixo qualquer adiante...

Suficiente para conduzir à linha que me porta  
ao caminho da perspectiva.

E riscar num ato simples,
o contorno da vida

Abrindo a porta no ponto presente...

Peço que não seja válvula de escape,
Mas porta de entrada ou saída.

Do contrario o risco é apenas risco
E a vida, uma cilada.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Queria tanto afrouxar certos ideais... Pela linha do contorno dos gestos até a tomada que liga algo de umbilical aos desejos e paladares. Queria ser menos saudosista a amar, sem os nervos contraírem, ao tendão pontual do dedão, pela medida do prazer e a rivalidade, não menos enfática ao: não.
Queria pedir que a exaustão chegasse logo ao fim e arrebentasse ou cedesse o estirão das cordas.

mudança... baú de memorias... arquivo morto... mascaras...paginas arrancadas e rasuradas do diario... nostalgia... tunel do tempo... do extremo passado ao extremo futuro.

O velho enobrece com a loucura do que arquiva
Assim rege seu tempo fora das horas.

Tem na partitura dos gestos algo ainda mais modesto
Beirando a fragilidade instável de tudo o que foi mais viril

De tudo que um dia foi visto com mais audácia do que a intenção jovem permite, sem parecer arrogância.

A velhice consente toda a amargura, toda a rudeza e concretude,e por estes exatos termos...

Serei leve como quem merece concluir-se insano.
Por tamanho calejamento do que foi mais jura de bom argumento, atrás de um consentimento em que o mais consentido, não fui eu.

E por estes exatos, serei coesa como toda a contradição do que é vida.

E exibindo calos da vida consentida, farei eu a mais tola das proezas, a me desabar no desfarce rico do olhar maroto.
Que jamais saberá a rota das ruas do meu mundo torto.
Mas reduzirá por dentro parte das dúzias que expresso na face.

Para um mundo que se perde do que me esqueço, serei minha loucura, e ao mundo... todo o avesso cabível.
Cabe em mim tudo! Em desnível.

Quem sabe a tolice me torne performática !

A bordar paetes em todas as máscaras.

Ser toda a autenticidade que meu tempo ainda teme...
Vincando a soma de sorriso e dor, desamor e medo e de todo o dicionário possível de sentimento.

Carrego uma linha de meu vasto contexto, para não me esquecer de despir-me inteira.
E depois, para bem adiante, me coroar alva....
Com todos os fios ornados na cabeça, consentindo assim dentro do branco verdadeira morada de todas as cores.

paixão sem chão.



entrega e nega qualquer indicio que limite
cega...

cega... até que por saga, verta a cede de ser verso para ser estopim

e observa a realidade torta que nunca amarrou sentido para ser amor
e o gosto surge pela ultima gota.

Mora na gota que habita a causa
habita em falta
habita em mágua...

Habita em mim o mar que desdobrei...
E fora dele toda a riqueza que transpus

Tão fora da hora o suporte que não herdei;
Tão fora de rumo que da gota que pendi...

Expandiu-me o mar em amplidão
a deixar um singelo aval de me portar
a propor quase incansável, um novo inicio
desparado pela voz da solidão, pela busca do mundo novo que ha de me habitar

e se, ainda assim, nao galgar em meio ao mar a direção
que direção terá? pra desfazer a paixão que nao te sustenta mais...











Quando as horas parecem precisar de tão pouco para desmaiar o corpo em respiro, driblo a noite para ver se ganho tempo do tempo que me cai tao bem ainda desperta.
Medo que ao adormecer tudo se perca, e volte ao inicio daqueles dias dificeis onde o sol ja raiou do lado de fora mas a noite sem lua ancora a madrugada no escuro que pesa o peito antes de dar-se conta.
La se vai minha noite: nostalgia.
Não ha mais tempo para driblar o sono sem perder o dia que o trabalho pede.
Sussurra baixinho... até adormecer. Adormeceu chorando...
Atordoou molhando o dia que fere os olhos.
...Chovendo dia a fora a cor que não cabe dentro.

Todo o corpo ainda pede a noite que desabou pela madrugada,
E nos braços mórbidos fez quarentena nas horas.
Inspira o pouco ar, que não quer entrar na esperança de se medicar pelo cheiro.
Cura... seria...?!

Seria, talvez, se de doses frescas encorpasse a cor da lembrança.
E por toda a esperança do que ainda fosse desejo e brotasse corpo encontrando a bagunça do devaneio em rete-lo por quase inteiro...

Fosse ainda sonho, este que tivesse a cor viva de algum credito.
Assim que o corpo, em suspiro recordasse os olhos, a desabotoar a luz das pálpebras lúcidas de dia.

Não fosse, a amargura que murcha 100 anos da conta dos lábios.
Que empalideceu na ausência de qualquer perdão por tanto sermão que ja não sustenta.

Persiste o inaldivel sussurro:
" Me desperta... Me desperta a solidão... Já que naufrago, em um mar de pertencer a uma dor que não me ausenta. Se a solidão me encontrasse... Encontraria todo vazio, e não ao vicio da tormenta."