Há, em meu percurso, um amor ao segredo... Ao particular... Às conquistas, duvidas e loucuras... Muitas vezes insensatas e incoerentes...Muitas vezes cruéis, dentro de um sensível amargo. Por este amor e outras particularidades, tenho esta dificuldade, de postar aqui, meu intimo reflexo.
Mais uma vez vou tentar.
Desta vez, não pretendo apagar as falhas de percurso.
Estou tentando fazer deste lugar, algo particular...
Um pedacinho muito meu.
Sendo assim, quero poder deixar passar o descaso natural, que tenho com a ortografia, aqui também.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

...

Sinto não ter culpa por me perder tanto tempo...
Mergulhei numa ausência imensa de mim, e em uma carência de processos tão internos.

O meu tempo não teve tempo de olhar no relógio, e perceber que os meses corriam como manada a me atropelar.

Porem, por permanecer imersa, nada senti, pois estava dentro de mim... Vivendo um coma ativo.

E oito anos depois...
Voltando aos poucos, a me sensibilizar para o externo...

Sinto doer o peso do corpo; sinto doer o atropelamento dos anos; sinto chorar, pela historia que percorri sozinha...

E a escrita não alcança, para conter com proximidade o processo.

Derrepente, toda a culpa que a razão sabe não ter, dói na alma por não saber contar...Por se sentir doer.

Onde será que fui me esconder?
Que a fala era intima; que o amor era o silencio; que escrever meu universo, era agressivo.

Pontuar meu labirinto era como me amarrar ainda mais. Pois não sabia de meus tamanhos; não conhecia meus movimentos...Minhas proporções amorfas.

Sobrava sons, grunhidos; frases e pesos.

Das linhas...Tramas.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

A medida

Para defender algo que e’ indefeso por fragilidade, e cru de julgamentos
Montamos respostas ágeis ,ferozes e imponentes
Sem perceber, intimidamos o sopro de vida ,a qual necessita a frágil planta
Quase numa asfixia .

E a noção de cuidado fica deturpada...
Pela vontade de proteger,
Hora fazemos sombra demais, montando uma muralha de proteção..
Hora jogamos baldes de água para prevenir a seca, e alagamos.
Hora lembramos que o sol e’ importante, e a erguemos aos céus, esturricando de sol; desconectando-a do solo e de suas raízes...

Saber Zelar por algo, com primor, e’ uma das maiores virtudes cabíveis ao ser humano .

permissão discreta

Naquela ilusão o meu infinito
Mudo nas horas, já não mais minhas

A consumir minhas metas
Em suas medidas de encanto...

A costurar meu pranto

Conduzir-me ao novo

Em paixão que era mito...
É agora espanto.

Minhas mãos, que fechadas asseguravam os sentidos
Enlaçam nas suas, caminhos desmedidos.

Decidir, o que agora é decisivo
E tão distante da razão

Amar este instante não é nocivo
Pura diversão !

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Veraneio (06/09)

Da cor que se faz vistosa ao calor que me cede o bronze
Faz-me arte derramada por teus tecidos
Prostro me estátua desta mesma arte
Palheta cor de vida

Calor que invade
Rubor atesta o toque
Incapacidade de solidão

Componho seu esboço
Meu corpo pousa no tempo

Registra o sol
Cada pose pela tez
Guardando os meus nos teus momentos sutis

Meu tempo de breves pausas
Nao registra as causas de sua arte.
Arte furta cor
Que chora arco-iris

Niver Ju

Como é importante, reencontrar alguém que fez e faz parte de longos processos da vida, que é tão extensa e particular a cada um!
Ter parcerias, grandes laços, que não perdem força pelo convívio ausente ou presente...A todo tempo se reafirma, auxiliando os caminhos de decisão.
É... Sem duvida, a poesia dos dias!

Procuro ouvir e perceber o universo não dito...O presente vivido... Para entender os presentes que o presente me traz!

E, nas primeiras horas do seu dia...Ganhei também o presente!

Recolha deste dia, muito atenta e serena o presente que te guarda.

supostas regras de convivio

( Procuro antes de tudo ser coerente com a minha incoerência e respeitar os ritmos tortos e desconexos... Tentei de tantas formas me organizar... Sobrou para mim, a idéia de resposta... Não muito satisfatória dentro que esperava compreender.
A forma que encontrei, foi tentar ouvir as regras e distorções, que regem minha pessoa em situações que fogem do meu domínio...
Organização, é uma delas! Sou completamente inábil para isso! Mas, ainda espero que, depois de ouvir por um bom tempo meu funcionamento...Respeitando cada falha...Descubra, não só como lidar da melhor forma, como, aos poucos, dominá-lo. Confesso que hoje isto me parece bastante difícil. )

...

E derrepente, precisar mais de mim, procurando me fazer mais consistente, passa a ser um ato lúdico de força.

Funciona... Para uma segurança de postura, que garante sobreviver, quando o universo interno ainda esta recém nascido de si.

A questão não é mais, se sou saudável ou se tenho algum déficit. Não da para ser!

Quando estou em um momento de tamanha fragilidade... Acreditar em qualquer coisa, que deponha quanto a uma força primaria, responde como um tiro no próprio pé!

Tudo recua, regredindo a força das sementes plantadas pelo caminho traçado.

Por outro lado...Em algum lugar de mim, ainda persevera alguma sensibilidade em acreditar em potencias.

Na teoria, me engajo em conteúdos, situações, atos, reflexões e provas, de que tudo deve, e pode funcionar no processo. Em meio a tanta trama e habilidade, é fácil de reconhecer-se como condutor de si mesmo!

Mas, quando a poeira de tanta euforia e energia propulsora, baixa....Pode–se visualizar e sentir o no’ daquele ponto mal dado, na base de tudo.

E, nesta hora, toda a lógica do mundo e todas as provas... Ficam nulas. Porque, a dor que se sente, é mais real do que qualquer fato ou prova.

E como apagar a marca de uma lembrança?